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Lista Comentada de Anuros Brasileiros (Continuação, parte 2)

04/12/2010 02:02

 

Família: Brachycephalidae

Espécie: Eleutherodactilus binotatus 

Nome Popular: Rã-do-chão-da-mata

Características: Esta rã de tamanho que varia entre médio e grande (cerca de 60 mm), possue coloração castanho-avermelhado e, com freqüência, apresenta 4 pintas enegrecidas em seu dorso. É uma espécie que apresenta hábitos diurnos, noturnos e crepusculares e vive no chão da mata entre a serra pilheira, depositando seus ovos entre troncos caídos e seu desenvolvimento é direto (sem estágio larval, nascendo miniatura dos pais a partir dos ovos). Foi registrada em diversas áreas dentro do município de São Paulo, como os Parques Alfredo Volpi (zona sul) e Anhanguera (zona leste); na Fazenda Castanheiras, localizada dentro da área ambiental Bororé-Colônia (às margens da represa Bilings); e no Núcleo Curucutu do Parque Estadual da Serra do Mar(PESM), localizada no extremo sul do município.

 

 

Família: Bufonidae

Espécie: Chaunus ictericus

Nome Popular: Sapo-cururu

Características: É um sapo grande (em torno de 180 mm) com pele bastante granulosa. Possue grandes glândulas de veneno (glândulas parotóides) localizadas atrás dos olhos. O dimorfismo sexual (diferença quanto à forma entre machos e fêmeas) é bastante acentuado, sendo que a fêmea possue grandes manchas no dorso, inexistentes no macho. Quanto ao habitat, são florestais, mas também conseguem adaptar-se a ambientes alterados. Os machos vocalizam (coaxam para atrair fêmeas) parcialmente submersos em Laos ou brejos. Sua desova consiste de longos cordões gelatinosos que se prendem a vegetação aquática. Distribue-se pelo sudeste e sul do Brasil e por países vizinhos como Argentina e Paraguai. É encontrado em muitas localidades do município, como os Parques Anhanguera, Cidade de Toronto, Ibirapuera (embora ultimamente não tenha sido avistado neste parque), Luz e Piqueri, em algumas áreas verdes no entorno da cidade, como no Sítio Bordin (APA Capivari-Monos), Fazenda Castanheiras (APA Bororé-Colônia) e o Núcleo Curucutu do PESM.

 

 

 

Família: Bufonidae

Espécie: Dendrophryniscus brevipollicatus

Nome Popular: Sapinho-arborícola

Características: Pequena espécie de sapo (cerca de 20 mm) com focinho afilado e ponta dos dedos dilatada, possui uma coloração cinzenta e um desenho no dorso em forma de “X”. habita o interior das matas e deposita seus ovos na água acumulada no interior das bromélias. Os girinos se desenvolvem completamente neste tipo de microambiente. Distribui-se pela Mata Atlântica entre o Rio grande do Sul e Rio de Janeiro, e em São Paulo nas matas nebulares do Núcleo Curucutu do PESM.  

 

 

Família: Centrolenidae

Espécie: hyalinobatrachium uranoscopum

Nome Popular: Rã-de-vidro

Características: Pequena perereca (em torno de 20 mm) de coloração verde e ventre transparente, que dá origem ao nome. Vive na vegetação marginal de riachos e ribeirões no interior das matas, onde sua desova consiste de um agregado de ovos com aparência gelatinosa, que são depositados no limbo das folhas que pendem sobre a água. Após algum tempo, os girinos literalmente “pingam” na água e se desenvolvem no fundo de corpos d’água, em meio à areia e folhas mortas. Esta espécie distribui-se pelas serras do Sudeste e Sul do Brasil (Paraná e Santa Catarina) e nordeste da Argentina, e também foi vista com freqüência no Núcleo Curucutu do PESM. 

 

 

Família: hylidae

Espécie: Aplastodiscus albosignatus

Nome Popular: Perereca-flautinha

Características: Possui uma coloração verde e tamanho mediano (cerca de 40 mm) vive nas margens de córregos ou áreas brejosas e emite uma vocalização semelhante a uma nota de flauta. Seu cortejo consiste numa série de sinalizações e toques, onde após a incubação os ovos esbranquiçados são depositados em tocas subterrâneas próximas a riachos. Com a chegada das chuvas, o volume de água nos corpos d’água aumenta e os abrigos são inundados. Os girinos, então, passam a ocupar os córregos onde se desenvolvem até a fase adulta. Tal espécie pode ser encontrada nas montanhas da Serra do Mar e da Mantiqueira, além também do Núcleo Curucutu.  

 

 

Família: hylidae

Espécie: hypsiboas faber

Nome Popular: Sapo-ferreiro

Características: Perereca de tamanho grande (cerca de 100 mm), de coloração variando entre o bege e o castanho-escuro; possui hábitos noturnos e sua vocalização é semelhante a “marteladas”. Os machos constroem ninhos de barro em forma de “panelas” nas margens de Lagos e brejos, onde a fêmea deposita seus ovos; após as chuvas, esses ninhos são inundados e os girinos passam a ocupar os corpos d’água. Sua distribuição abrange vários estados brasileiros, Sudeste do Paraguai e a Província de Missiones na Argentina.   

 

 

Família: hylidae

Espécie: Scinax fuscovarius

Nome Popular: Perereca-de-banheiro

Características: Tendo um tamanho médio (cerca de 45 mm), e apresentando uma coloração bege, com faixas escuras dispostas transversalmente pelo corpo. Durante o dia abriga-se nas frestas de árvores ou no solo e, com freqüência, refugia-se em habitações humanas; já a noite, os machos vocalizam entre a vegetação existente no chão, às margens de lagos, brejos ou poças. Costuma desovar sobre o substrato destes corpos d’água. Seu habitat encontra-se pelo Sudeste e Centro-Oeste brasileiros, além de Argentina, Paraguai e Bolívia.  

 

  

 

Família: Leptodactylidae

Espécie: Leptodactylus fuscus

Nome Popular: Rã-assobiadora

Características: Rã de tamanho médio (cerca de 50 mm), apresentando a região dorsal ornada por pequenas manchas de coloração marrom sobre fundo cinza-oliváceo. Seu focinho, relativamente afilado, é utilizado para escavar câmaras subterrâneas no solo, em áreas de pastos e campos. Nestas câmaras, os ovos são depositados em meio a um ninho de espuma, onde as chuvas inundarão a cavidade e os girinos serão levados até poças de água onde completam seu desenvolvimento. No Brasil é encontrada no Núcleo Curucutu, mas também pode ser avistada em países vizinhos.       

 

          

 

Família: Ranidae

Espécie: Lithobates catesbeianus

Nome Popular: Rã-touro

Características: Animal de grande porte (pode atingir cerca de 200 mm)e com coloração esverdeada e membranas interdigitais nas patas traseiras. Esta espécie é exótica oriunda da América do Norte e chegou ao Brasil na década de 40, por conta da instalação de ranários (criadouro de rãs) para produção de carne; onde a falta de cuidados específicos resultou no escape de muitos espécimes que vem ao longo dos anos recolonizando áreas naturais. Por conta disso, tornou-se potencialmente uma ameaça para espécies de anfíbios nativos, por ser uma predadora voraz, uma vez que tanto o girino como o adulto alimentam-se de outros anfíbios e de seus ovos também. A rã-touro no Brasil chega a reproduzir-se duas vezes ao ano e suas desovas chegam a conter mais de 20.000 ovos de espécies nativas. Foi encontrada no Parque Anhanguera e a Fazenda Castanheiras, Localizada na APA Bororé-Colônia.

 

 

Bibliografia: FERREIRA, I, ET. AL. Fauna Silvestre: Quem São e Onde Vivem os Animais na Metrópole Paulistana 01.Ed. São Paulo: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, 2007, pág.99-103.

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