The Life


A ORIGEM DA VIDA

05/08/2010 17:09

Antes de iniciarmos falarmos sobre a microbiologia e a parasitologia propriamente dita não podemos perder de vista a Origem da Vida, que é um assunto que desde os Gregos até os dias de hoje tem gerado respostas diferentes, sendo que algumas das teorias geradas perduraram por séculos, desta forma temos um pequeno resumo o qual será discutido.

 ORIGEM DA VIDA 

Esta teoria resumia-se em que a vida surgia a partir da matéria bruta de modo espontâneo. E era continuamente influenciada pela ação de um princípio ativo, que seria o sopro da vida, ou o sopro da animação transformando a matéria bruta em matéria viva.

 

ARISTÓSTELES

 

(Século XVI) um dos precursores desta teoria, em visita ao Egito, acreditava que os crocodilos, surgissem da lama do Rio Nilo.

 

 

 

PARACELSO

 

(Século XVI) – Médico suíço - descreveu o processo de geração espontânea de enguias, sapos, tartarugas e ratos, a partir do ar, água, palha e madeira associadas a outros materiais em decomposição.

 

 

 

VAN HELMONT

 

(Século XVII) – Cientista conceituado em sua época, divulgou a receita para criar camundongos (Camisas suadas + germe de trigo, abandonada em um canto escuro, após 21 dias produziria uma ninhada de camundongos).

 

 

FRANCESCO REDI

 

Contestou a teoria da abiogênese, com base em experimentos controlados, REDI queria provar que os vermes encontrados em cadáveres não surgiam da carne, mas sim de ovos ali depositados, anteriormente por moscas.

 

EXPERIMENTOS DE REDI

 

1º experimento – Redi colocou em uma caixa aberta, 3 enguias para apodrecerem, poucos dias depois verificou uma grande quantidade de pequenos vermes que devoravam as carcaças. Quando restava somente o esqueleto os animais abandonavam a caixa sem que REDI pudesse conhecer seu destino.

 

2º experimento – Idêntico ao 1º experimento, só que antes dos animais desaparecerem a caixa foi fechada e dias depois percebeu que os animais ficavam imóveis e ovais, posteriormente transformavam-se em crisálidas semelhantes as do bicho-da-seda. Colocadas em vidros as crisálidas eclodiam em moscas iguais à que são freqüentes em peixarias e açougues.

 

3º experimento – REDI, repetiu a experiência anterior com 8 frascos com carne – 4 abertos e 4 fechados (lacrados), nos abertos  rapidamente surgiram os vermes e nos fechados nenhum verme foi observado.

 

4º experimento – Idêntico ao terceiro, entretanto os frascos lacrados foram fechados com uma gaze fina permitindo a circulação do ar, mas impedindo a entrada das moscas.

 

Com este experimento teve a confirmação de sua hipótese sobre a origem dos insetos, criando a Teoria da Biogênese e da continuidade vital. Mas uma Teoria aceita desde os tempos mais remotos dificilmente cairia somente com os experimentos de REDI, pois outros estudiosos, continuavam a estudar e a desenvolver a Teoria da Abiogênese.

 

 

 

Figura 1 – Experimento de Redi

 

 

ANTON VAN LEEUWENHOEK

 

Ao fazer observações em um microscópio rudimentar, acabou descobrindo os microorganismos, o que gerou mais dois séculos de polêmicas e controvérsias, pois não existia explicação para a origem de tais organismos.

 

 

 

JOHN NEEDHAN

 

Em 1745, Revigorou e reforçou a Teoria da Abiogênese ou Teoria da Geração Espontânea, utilizando  meio de cultura (caldo nutritivo de frango, legumes e outros) colocando-os em tubos de ensaio, aquecendo-os, fechando-os e novamente aquecendo-os. Após alguns dias os mesmos estavam repletos de microorganismos, o experimento foi repetido várias vezes e os resultados foram os mesmos, daí confirmou-se à abiogênese, isso foi suficiente  para que NEEDHAN defendesse fervorosamente a Teoria da Abiogênese.

 

 

LAZZARO SPALLANZANI

 

Após 25 anos, repetiu os experimentos de Needhan, com uma diferença, os frascos foram fechados hermeticamente e aquecidos por uma hora. O resultado não podia ser outro, permaneceram sem a presença de nenhum organismo ou estéreis por meses, gerando informações para contestar a Teoria da Abiogênese. Entretanto seus experimentos foram contestados onde Needhan contra-argumentou que o aquecimento excessivo e o fato dos frascos estarem hermeticamente fechados poderiam ter destruído ou enfraquecido o Princípio Ativo. Essa polêmica durou até a segunda metade do século XIX.

 

 

 

 

LOUIS PASTEUR

 

Somente entre os anos de 1860 e 1864 é que a questão da Geração espontânea, ainda muito discutida, finalmente caiu em descrédito e finalmente foi derrubada, quando este cientista francês, adaptou os experimentos de Spallanzani. Colocou o caldo nutriente (caldo de carne) em um balão com um longo gargalo, submetendo o meio a aquecimento prolongado seguido de resfriamento lento (pasteurização). O caldo nutritivo ficou completamente esterilizado. Em seguida aqueceu o gargalo, retorcendo-o em forma de “S” criando os balões com pescoço de cisne, Pasteur não tampou os frascos permitindo o contato do meio com o ar. As curvas do frascos funcionaram como um filtro não permitindo a entrada de microorganismos. Assim desferindo o golpe mortal na Teoria da Abiogênese

 

A consolidação da Teoria da Biogênese não trouxe acomodação para os cientistas, pois várias perguntas continuam no ar, além de outras novas dúvidas sem respostas aparentes. Se todo organismo ou ser vivo nasce de um ser pré-existente, então de onde surgiu a vida? Como surgiu o primeiro ser vivo? E por aí vamos ...

 

Alguns cientistas já formularam novas teorias na tentativa de responder a essas novas perguntas, a seguir seguem algumas destas novas teorias.

 

 

 

PANSPERMIA CÓSMICA OU PANSPERMISMO - Baseia-se na possibilidade de que a vida sempre existiu no universo. Teria se originado em outros planetas e chagado à Terra transportada por meteoros ou impulsionada por uma posível pressão de rediação emitida por partículas luminosas.

 

 

 

ARRHENIUS (1908)

 

Denominou estas formas de vida como Cosmozoários

 

 

 

SCHULTZ (1929)

 

Denominou estas formas de vida como Biógenos. Estas criaturas poderiam contaminar a superfície de qualquer planeta em que encontrassem condições básicas para a vida. (Tem pouca aceitação na comunidade científica)

 

HIPÓTESE AUTOTRÓFICA – Na terra primitiva não existia alimento disponível. Portanto os organismos deveriam sintetizar seu próprio alimento a partir de compostos inorgânicos. Os vegetais clorofilados e algumas bactérias são autotróficas, pois conseguem produzir açucares e outros compostos a partir da luz do sol ou de complexas reações químicas que realizam. Porém, é necessário uma sofisticação estrutural e funcional muito grande. Portanto, se organismos  mais simples originaram os mais complexos os primeiros organismos não poderiam ser os autróficos. Esse é o argumento mais sólido contra essa hipótese.

 

HIPÓTESE HETEROTRÓFICA – Mesmo gerando muita controvérsia e ainda não pode ser comprovada) O primeiro organismo surgiu a partir da matéria bruta, o qual exposto a diversos fatores a condições, organizou-se de modo a formar um ser bastante simples, incapaz de sintetizar seu próprio alimento, entretanto capaz de retirá-lo do ambiente

 


 

Em 1828 WÖHLER sintetizou um composto orgânico a partir de compostos inorgânicos, daí a surgiu a possibilidade da formação do primeiro organismo.

 

 


 

O segundo cientista (Russo) ALEKSANDR I. OPARIN – compostos como aminoácidos, proteínas, carboidratos, lipídios e ácidos nucléicos, teriam se originados a partir de elementos da atmosfera, como vapor d’água, hidrogênio, metano e amônia, a energia necessária para a síntese teria sido fornecida por descargas elétricas e ultra-violeta, associada a altas temperaturas.

 

 


 

Algumas substâncias de aspecto protéico, presentes no oceano primitivo teriam formado um agregado que devido a tensão superficial da água tenderiam a formar uma membrana. Estes compostos, denominados COACERVADOS, teriam se unidos e formado compostos mais complexos e especializados.

 

 Os coacervados passariam por processos de transformações e desenvolvimento, gerando, finalmente, as primeiras formas de vida.

 

Na figura ao lado verificamos o dispositivo criado por Oparin, para a realização e comprovação de seu experimento.

 

 

 

 

 

 

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